Saiba mais neste post sobre a obra que vendeu 30 milhões de cópias e virou uma série da HBO: a tetralogia napolitana de Elena Ferrante.
Quando o último volume da Tetralogia Napolitana chegou às prateleiras, em 2017, os leitores respiraram aliviados, pois, finalmente, que iriam saber em breve como terminaria a saga dos quatro livros que narram a amizade de duas personagens: Lila e Lenu.
Cada um dos volumes, escrito por Elena Ferrante, conta uma fase da vida de ambas, desde a infância, passando pela adolescência, fase adulta até a velhice. Além disso, o pano de fundo é um bairro humilde de Nápoles, na Itália, marcado pela pobreza e a violência proveniente do contexto histórico pós-Segunda Guerra.
O componente linguístico e a contraposição entre a língua italiana, falada pelas classes mais altas, e o dialeto, utilizado como linguagem coloquial na comunidade é uma das características marcantes da narrativa. Outro traço é a construção das personagens, extremamente verossímeis e substanciais.
O nome Elena Ferrante é um pseudônimo e a identidade da autora nunca foi oficialmente confirmada. Em 2016, uma reportagem do jornalista Claudio Gatti para o New York Times Review of Books levantou o nome de Anita Raja. Entretanto, foi publicamente negado pela tradutora. Até hoje, não se sabe ao certo quem de fato é a pessoa que está por detrás da escrita da Tetralogia Napolitana.
O que se sabe é que independentemente do conhecimento sobre a identidade, a escrita é genial. Interessou-se? Então conheça mais sobre cada um dos títulos da Tetralogia Italiana abaixo!
Tetralogia Napolitana de Elena Ferrante: conheça cada um dos volumes
Tetralogia Napolitana – Livro I: A Amiga Genial
O primeiro volume da série se chama “A Amiga Genial” e começa com o telefonema do filho de Rafaella Cerullo (Lina) para Elena Greco (Lenu) informando sobre o desaparecimento da mãe.
Então, a partir desse gatilho, a escritora recorda-se de que um dos desejos mais intrínsecos de Lila (como apenas ela chamava Lina) era justamente desaparecer. Assim, envolta em reminiscências, decide escrever linha a linha sobre a história de ambas.
As primeiras páginas deste volume descrevem a chegada da família Cerullo e o começo do vínculo entre as duas em um dos bairros mais precários de Nápoles. Desde o início, Lila exerce um fascínio inexplicável sobre Lenu e a partir daquele primeiro encontro, em 1950, entre idas e vindas, estiveram conectadas até o fim da vida.
Desse modo, neste primeiro livro, A Amiga Genial, acompanhamos a infância na escola, os primeiros amores, a construção das personagens, conhecemos detalhes do cotidiano violento do bairro, o assédio dos homens e o desejo ardente de fugirem do destino de tornarem-se mulheres tristes e subjugadas como suas mães.
Livro II: A História do Novo Sobrenome
A escrita amarra a vida das duas meninas durante a reconstrução da Itália no pós-guerra, marcado pela ascensão e declínio do fascismo. As lutas de classe, a violência das milícias e a sobrevivência em todos esse cenário complexo influencia profundamente todas as personagens.
A prosa de Ferrante envolve outras pessoas de diversas famílias com naturalidade, entrelaçando em uma trama intensa. No entanto, o foco sempre está na vida de Lila e Lenu, cuja amizade norteia toda a trama.
Assim, o segundo volume, “A História do Novo Sobrenome”, discorre sobre os fatos da adolescência, quando as escolhas levam as protagonistas para caminhos distintos.
Enquanto uma muda de cidade para continuar os estudos e alcançar um patamar intelectual inédito na sua família, a outra casa-se com um dos jovens abastados da vizinhança.
Além de explorar a sexualidade das jovens mulheres, esse volume também aborda assuntos como violência, o machismo e os abusos e aprofunda-se em temas como a paixão, o desejo e como as escolhas podem influenciar profundamente a trajetória da vida.
Livro III: A História de Quem Foge e de Quem Fica
Em “História de Quem Foge e de Quem Fica”, terceiro livro da saga, as personagens são adultas e com muitas cicatrizes emocionais e traumas. Portanto, neste livro, não existe mais espaço para infantilidades e sonhos, a vida de ambas são dominadas por temas como casamento, dinheiro, maternidade, e poder.
O livro aprofunda-se em questões sociais, como disputa de classes, ideologias, política e feminismo. O realismo é muito marcante na obra de Ferrante e esse terceiro volume discorre sobre como a vida de Lenu e Lila, apesar de rumos distintos, convergem para a mesma luta por sobrevivência em um mundo opressor e violento.
Livro IV: História da Menina Perdida
No meio desse contexto que chegamos ao final da saga: o quarto volume da tetralogia napolitana de Elena Ferrante. Nele, a autora conta como as personagens avançam na idade, chegando à velhice. Por mais de 1500 páginas, vemos a evolução das pessoas, crescendo, mudando, aprendendo, fazendo escolhas erradas, sofrendo e evoluindo.
Bildungsroman é uma palavra em alemão para romances que trabalham intensamente a formação de personagens, narrando uma jornada desde a infância até a maturidade. Na mesma medida que a Tetralogia Napolitana é um romance sobre literatura e pessoas que escrevem.
Lenu passa sua vida inteira formando-se como escritora, desde a escola na comunidade em Nápoles até quando alcança um relativo sucesso e envolve-se na elite literária italiana.
Pronto, agora você sabe quais são os livros que compõe a tetralogia napolitana de Elena Ferrante! Os quatro volumes são igualmente memoráveis com personagens verossímeis e uma trama completamente honesta.
De fato, Ferrante disseca a vida como ela é, visceralmente. Desde os elementos intrínsecos à vivência napolitana e a história da Itália como um todo, a autora criou uma obra épica que encantará leitores por muitos anos.
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