Não falta talento para o soteropolitano Lázaro Ramos: livros, filmes, séries: um artista multifacetado! Aqui você descobre o Lázaro escritor!
Todo brasileiro conhece Lázaro Ramos: ator, apresentador, diretor de cinema, marido da belíssima Taís Araújo. Mas nem todo mundo sabe que esse talentoso soteropolitano também é escritor e têm diversos livros publicados.
A princípio, Lázaro dedicou-se a literatura infantil, e lançou obras como Paparutas (2000), A Velha Sentada (2010), “O Caderno de Rimas do João” (2014) e “O Coelho Que Queria Mais” (2017).
Entretanto, em 2017, ele começou a escrever também para o público adulto. Assim, o título “Na Minha Pele” foi o início de uma nova etapa para a criação literária de Lázaro Ramos: livros para conscientizar sobre o racismo. No post de hoje, vamos falar sobre essa obra e a sua importância na luta antirracista. Confira!
Lázaro Ramos: livros e a luta antirracista
Você já notou como a pele é o veículo que possibilita todas as nossas interações com o mundo? Portanto, ela condiciona o modo como somos socialmente recebidos.
A propósito, tudo importa: a idade de nossa pele, sua textura e, acima de tudo, sua cor. Vivemos em uma sociedade marcada por desigualdades profundas, muitas delas fundamentadas no racismo e nos desdobramentos históricos de sua concepção.
Este é um tema que desperta muitos afetos e sobre o qual o ator, cineasta e escritor Lázaro Ramos vem se debruçando desde 2017. Na verdade, os esforços de Lázaro se concentram sobretudo na desconstrução deste comportamento.
Assim, todas as ações desse brilhante artista visam colocar em prática a luta antirracista, por meio de sua arte e literatura, ambas pautadas por uma didática amorosa e, como veremos a seguir, desafiadora.
A literatura antirracista de Lázaro Ramos
A obra literária de Lázaro é perpassada pelo símbolo da pele como identidade e conjunto de afetos: por “afetos” compreendemos tudo aquilo que nos desestabiliza, positiva ou negativamente. Os afetos nos movem e, frequentemente, nos arrancam de nossas zonas de conforto.
Ao mesmo tempo, afetos nos acalentam e nos fazem sentir amados, acolhidos e, conforme proposto tantas vezes por Lázaro, permitem que façamos parte de um grupo.
Assim, desde o início de sua carreira como escritor, em meados do 2000, temas como esse já eram abordados por Lázaro Ramos. Livros voltados ao público infantil, ilustrados por aquarelas destemidas, mostraram o caminho para que a prosa de Lázaro encontrasse as gerações mais novas.
Portanto, Lázaro construiu narrativas mostrando aos pequenos que, sim, se pode crescer amando cada centímetro do próprio cabelo e a cor da própria pele, até a última gota de melanina.
Mas, para quem já cresceu, Lázaro mostra que nunca é tarde para olhar demoradamente para si e, como num abraço demorado, se reapropriar de toda ancestralidade que o racismo proibiu às populações colonizadas por todo o mundo.
“Na minha pele”, por Lázaro Ramos
À primeira vista, o livro Na minha pele (2017), pode até parecer uma autobiografia. Mas, na verdade, é um texto que foge do lugar-comum de reduzir a vida de uma pessoa a um único ponto de vista.
A voz deste livro não vem de um único sujeito, mas de um conjunto de narrativas diversas, tudo orquestrado para que o leitor consiga fugir dos perigos de uma narrativa única. Assim sendo, trata-se de, nas palavras do autor, uma conversa sobre a construção da identidade.
Nesta obra, o autor busca sensibilizar o leitor para detalhes do convívio aparentemente inofensivos e tomados como irrelevantes, mas cuja observação atenta faz revelar uma gigantesca estrutura de opressão étnico-racial.
Deste modo, o autor visa a criação — ou melhor, a reinvenção — de espaços de protagonismo enquanto traz para o centro aqueles que, com frequência, estiveram à margem.
Livros do Desassossego
A forma e a linguagem usada por Lázaro Ramos possui a estratégia do desassossego, que aponta para o despertar da consciência num momento em que o leitor é arrancado da passividade pelo seguinte questionamento: cada indivíduo está fazendo a sua parte para a construção de uma sociedade menos violenta, mais justa e antirracista?
Assim, a escolha do autor é criar uma “comichão” e uma sede de mudança, pois o desassossego é o motor das transformações. Absolutamente necessários, Lázaro Ramos, livros sobre o antirracismo precisam chegar a todos.
Então, você ainda precisa de mais motivos para enveredar pela obra do Lázaro? Seja qual for a sua idade, pergunte a si mesmo se você deseja viver em uma sociedade em que as diferenças sejam respeitadas, e que cultura, identidade e ancestralidade sejam as forças que nos conduzem a uma convivência justa e valorosa.
Se você chegou até aqui, sabemos que a sua resposta é “sim”. Então, aproveite esse presente que Lázaro Ramos nos entregou e boa leitura!
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